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Noticia e Informacao contextualizadas
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Águas-Vivas e Caravelas Portuguesas sexualmente maduras


Então é o auge do verão, e é comum, para quem não inclui a natureza no estilo de vida, o medo da água do mar desaparecer; a pessoa fica mais relaxada, e distraída, aí, de repente, sente aquela ardência, dor de queimadura, pronto. Acabou de tocar numa Água-Viva em franca atividade reprodutiva. Pior se for numa Caravela-Portuguesa, muito mais lesiva, pode ser até fatal, do que as águas-vivas. Os tentáculos de uma Caravela-Portuguesa podem alcançar 40 metros.


É no verão que, especialmente onde as águas do mar variam de frias para um pouco aquecidas, que essas criaturas aparentemente inofensivas ficam sexualmente amadurecidas e se reproduzem. Águas-vivas e Caravelas pertencem a um mesmo grupo de animais – cnidários, palavra grega que significa “urtiga que queima”. Possuem tentáculos e um corpo gelatinoso e se diferenciam essencialmente pelo tamanho e cor; azul, lilás e rosa, embora também possam ser transparentes.


Neste verão, e até mesmo em janeiro e fevereiro últimos, em Portugal, na Praia do Guincho, Alcabideche, foram avistadas Caravelas-Portuguesas, assim como na Praia de Ganchos, em Santa Catarina, as águas-vivas são velhas conhecidas. No mundo todo!

Água-Viva


O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) publicou uma nota sobre as Caravelas Portuguesas explicando o que são esses curiosos organismos marinhos e oPONTO NEWS H2BLUE colheu informação com biólgos e oceanógrafos brasileiros sobre mais esse fabuloso fenômeno rotineiro no "ambiente Oceano".


As Physalia Physalis, vulgarmente chamadas de Caravelas Portuguesas, esbanjam tentáculos que podem chegar a até 40 metros de comprimento e dois metros de diâmetro. As águas-vivas (medusas ou alforrecas) são menores e variam bastante de tamanho. Quanto maior forem os tentáculos, mais grave poderá ser a lesão que os cnidários causam na pele humana, corruptela para “queimadura”, e que podem ultrapassar um plamo de diâmetro. Sim, há casos fatais provocados por contato com Caravelas Portuguesas.


Como funciona esta arma da natureza


Esse registro da Praia do Guincho não é o primeiro, nem será o último, embora na Península Ibérica não sejam muito frequentes. Esta espécie sifonóforo é constituída por um conjunto de vários indivíduos simbióticos (zooides), cada um com a sua função específica, que operam juntos feito um organismo único.

Água-Viva


Os cnidócitos, estruturas venosas dos tentáculos das Caravela Portuguesa, libertam um veneno forte que se transforma em toxinas em contato com organismos (é uma espécie de auto-defesa dos cnidários) e são essas toxinas que causam reações cutâneas e dor intensa numa pessoa.

Caravela Portuguesa


As Caravelas Portuguesas habitam águas quentes e temperadas do Oceano, em todos os pontos do planeta, na verdade muito mais frequentes em alto mar. Em Portugal, são mais assíduas nos Açores e Madeira e são imprevisíveis as suas aparições. Fenómenos atmosféricos e oceânicos, como o vento, transportam as "caravelas" que são hidrodinâmicas, ou pneumatóforas, pelo seu formato bexiga, cheia de gás, um verdadeiro balão flutuante. - Inevitável lembrar aqui dos "skatistas do mar", os halobates que são insetos do mar que não tem asas e navegam na superfície da água com o vento e utilizando-se de "skates" aleatórios, muitas vezes "pellets" de plásticos, resíduos de polímeros fotodegradados...


O aumento de ocorrência desses organismos pode estar associado a processos de alterações climáticas, o aumento da temperatura e alterações dos padrões dos ventos.


O IPMA divulga email para quem avistar essas figuras marinhas comunicar para plancton@ipma.pt ou mesmo apresentar-se como voluntário para maiores colaborações.

Caravela Portuguesa




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