top of page
logo_oponto_news_H2Blue_round_radio_cafe-removebg-preview.png
Noticia e Informacao contextualizadas
00:00 / 03:51

UNEP - IPBES - VALOR DE MERCADO PARCIAL ATRIBUIDO À NATUREZA - ALIMENTO DA DEGRADAÇÃO.

Atualizado: 25 de jul. de 2022

COLABORAÇÃO DRA. BRIGITTE BAPTISTE BALLERA, Reitora da Universidade EAN, Colômbia.

Em meados de julho, logo após a Conferência das Nações Unidas para o Oceano, é publicado o RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO GLOBAL DA PLATAFORMA DE POLÍTICAS CIENTÍFICAS INTERGOVERNAMENTAIS SOBRE BIODIVERSIDADE E SERVIÇOS DE ECOSSISTEMAS pela instituição que leva o nome deste relatório, abreviação de IPBES. – oPONTO NEWS – H2BLUE conversou com um dos quatro revisores deste Relatório produzido em quatro anos, por centenas de especialistas acadêmicos e cientistas, resultado de 13.000 contribuições e fontes de informação e investigação desde publicações científicas a comunidades locais e grupos indígenas, e ratificado por 139 países membros do IPBES, incluindo os Estados Unidos, , Índia, China e Russia.


Para a mídia, o IPBES avisou:


Decisões baseadas em parciais valores de mercado da natureza mantém a crise global da biodiversidade.


O relatório é científico, mas o título acima é crítico e o alarme é necessário. - Uma pergunta que o jornalista senior da Reuters Mark John fez em artigo recente é muito pertinente, para resumir a importância do Relatório IPBES: “- Qual o valor de um rio? – Seria o seu conteúdo nutricional que sustenta o peixe? Ou o benefício econômico dos meios de subsistência locais que ele oportuniza? Ou o rio tem um valor próprio que os humanos não conseguem medir?

Ouvimos a Dra. Brigitte Baptiste Ballera, reitora da Universidad EAN, da Colômbia, PhD honoris causa em Gestão Ambiental, com um currículo nos campos da biodiversidade, estudos indígenas e comunidades locais e uma história de vida fascinantes. Brigitte Baptiste Ballera nos recebeu por conferência Zoom com uma simpatia singular e, à parte a sua participação crucial na revisão do Relatório do IPBES, conhecemos um ser humano raro nos dias de hoje, nos parecendo imune a provocações. Pois a provocamos apontar, por exemplo, por que em tamanho Relatório científico, sobre a “valoração da natureza”, ou de produtos da natureza”, o Oceano não teve destaque, sendo este um dos interesses da entrevista, para contextualizar o livro (no prelo) “Oceano – a moeda mais frágil e mais forte que existe”. E por que, no mesmo relatório que faz mais de 1000 referências aos grupos indígenas, em suas 1148 páginas, não há depoimentos de um índio.

Na superfície do mar, nem no fundo do mar, não há comunidades locais.


Enquanto bióloga e especialista em questões ambientais, Brigitte nos surpreendeu com uma dissertação antropossocial para concluir que as várias linguagens, as culturas em diferentes ambientes e espaços sociais, incluindo os estranhamentos de um grupo em relação ao outro, desenham na linha de tempo uma complexidade que, embora possa dificultar a tomada de decisão dos governos e empresários, com respeito ao desenvolvimento sustentável, oportuniza a compreensão e a base para inspirar as próximas gerações, os estudantes universitários de hoje, porque são eles, segundo Brigitte, que tomarão decisões nas próximas décadas. - Quanto à metodologia de trabalho e destaques das fontes, segundo Brigitte, chega-se a um ponto em que o volume de dados e informações tornam impossível ou contraproducente percorrer toda a pilha de contributos, entre declarações e atividades que foram observadas, e destacar um excetuando outro.


Perguntada como foi o trabalho transnacional participando de grupo tão amplo de estudiosos, de diferentes países e culturas, Brigitte nos respondeu com a naturalidade de quem realmente está habituada às diversidades e adversidades: - por mais que tentemos aglutinar o pensamento, sempre haverá um certo gap, mas está aí o desafio e estímulo para se continuar investigando e pesquisando com dedicação e, ao final, sempre prevalecerá a vontade de encontrar uma linguagem universal - diz ela, otimista.


No cenário corrente, segundo o Relatório IPBES, já há dados suficientes para os tomadores de decisão, das esferas de governo e empresários, repensarem os seus modelos econômicos-financeiros, os seus objetivos e projeções de turn over. E nesta área específica da economia, Brigitte também sinaliza preocupação. Afirma ela que na universidade, onde é Reitora, incentiva seus pares e os estudantes a buscarem esta linha de pensamento, a criarem um “mind set”. E também nos revela que conversa com empresários na Colômbia e por onde viaja e lhes dá inputs para projeções de mercado.


O Relatório IPBES em suma prova, e os 139 países que o aprovaram não podem ignorá-lo, portanto, que os recursos naturais, as espécies selvagens, a biodiversidade, os povos indígenas e as comunidades locais estão em declínio, ou melhor, a Terra está degradada; enquanto os tomadores de decisão não conseguem inverter o curso deste "rio", que acaba no Oceano, tão ou mais degradado.


Download (inglês) RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO GLOBAL DA PLATAFORMA DE POLÍTICAS CIENTÍFICAS INTERGOVERNAMENTAIS SOBRE BIODIVERSIDADE E SERVIÇOS DE ECOSSISTEMAS

202206_IPBES GLOBAL REPORT_FULL_DIGITAL_MARCH 2022
.pdf
Download PDF • 84.87MB

De outra perspectiva, retornando à maratona da Conferência das Nações Unidas para o Oceano, em Lisboa de 24 de junho a 1 de julho últimos, fica respondido o porque o grito de “urgência” não ser ouvido, dada a falta de tomada de decisão, com relação à degradação do Oceano, caixa de ressonância climática, berço da cadeia alimentar do planeta, lugar de absorção de CO2 ora perdendo esta capacidade e acidificando-se perigosamente e mesmo assim fonte de Hidrogênio, o novo ouro da nova era. – O grito não é ouvido porque não há comunidades no mar, na superfície nem no fundo do mar. Os marítimos não vivem no mar, os pescadores vivem do mar, mas vivem em terra, os turistas ficam mais nas praias, as populações ocupam os litorais, apenas, não querem a vida mais laboral do interior, e não conhecem além das 12 milhas que lhes são facultadas pela vista e pelo limite geográfico dos países onde vivem. A expressão “não há comunidades locais no mar” é da Dra. Brigitte Baptiste Ballera.


E a luz no túnel é ela quem sinaliza mais uma vez: - gradualmente será possível falarmos entre nós uma língua compreendida em todas as comunidades. A língua da diversidade sustentável.


O quadro abaixo, extraído do Relatório IPBES sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas mostra a evolução - DEGRADAÇÃO - da natureza; destacando o declínio dos Ecossistemas, Risco de Extinção de Espécies, Comunidades Ecológicas, Biomassa e Abundância de Espécies, e Recursos Naturais para Povos Indígenas e Comunidades Locais.



LEIA:



bottom of page