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Noticia e Informacao contextualizadas
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Percurso diplomático pela África, de um embaixador frio que se tornou Ainé


Enquanto respondo à Engenheira Ana Soeiro, em Portugal, sobre a sua avalanche de informações do universo dos produtos com Identidade Geográfica e assuntos afins, desde como as "vacas podem ajudar a reduzir o plástico no planeta ao Museu da Banana", troco um dedo de prosa online com o Embaixador (reformado) Paulo Pinto, no Rio de Janeiro, que fez um safari diplomático pela África em mais de década, enfrentando episódios que cabem numa série Netflix digna de maratona; o homem foi diplomata em plena vigência do Apartheid, e outros "percursos".


Mas é ele mesmo quem conta essa história, resumida, no artigo que sai com o calor da África Angolana neste mesmo momento em que introduzo seu livro "Percurso Diplomático Diferenciado pela África". No artigo que pode ser lido aqui »»» ,o Embaixador confessa que ofereceu-se para vestir-se de baiana, ao ser chamado de jovem brasileiro frio, pelo militar moçambicano Samora Machel, líder revolucionário de inspiração socialista, que liderou a Guerra da Independência de Moçambique, então primeiro presidente após a sua independência. Baiana e bananas à parte, mais tarde, já grisalho, antes de retornar ao Brasil aquele mesmo presidente africano já chamava o Embaixador carinhosamente de Ainé, mas é preciso ler o seu artigo, para saber o que significa o adjetivo africano...


Hoje os eventos que envolvem a XII Cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) atingem o ponto mais alto com a reunião de Chefes de Estado e de Governo, o órgão supremo da organização. Luanda entra para a História da CPLP na medida em que, além de acolher a cimeira dos Mais Altos Mandatários da CPLP, vai testemunhar a assinatura do Acordo sobre a Mobilidade e a assumpção por parte de Angola da presidência da instituição, para um mandato de dois anos.


Reproduzo esta notícia, enquanto é o próprio Embaixador que faz uma perfeita crônica lembrando que em 1974, o Brasil reconhecia oficialmente o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) como o representante legítimo do povo angolano, bem como a independência do novo país. A história regista que se tratou de uma "política externa brasileira de Estado”, adotada pelo Governo de direita brasileiro, em favor de um Movimento de Libertação, de esquerda. O posicionamento "brazuca" ocorrera antes que a antiga URSS e Cuba seguissem aquele mesmo caminho...



Este livro do Embaixador Paulo Pinto, é apresentado como um exercício de reflexão resultante de conclusões de fatos vividos pelo autor, na condição de diplomata brasileiro, não é um trabalho acadêmico. O texto inclui narrativas sobre experiências em Moçambique, África do Sul e Zimbábue, nas décadas de 1970 e 80, bem como a respeito de missões transitórias mais recentes, no Burkina Fasso e Benim. O intervalo de quase trinta anos, entre os dois períodos, permitiu ao autor testemunhar momentos distintos. Aquele em que predominava, na África Austral, a determinação de que “a luta continua” e a fase em que “a negociação deve perseverar”.




 

PAULO ANTÔNIO PEREIRA PINTO

Iniciei minhas missões no exterior, em 1975, tendo sido designado para a recém-criada Embaixada em Libreville, no Gabão, África Ocidental. Em seguida, servi em Maputo, entre 77 e 79, e Pretória entre 79 e 82.

Durante os trinta anos seguintes, servi entre a China e a Belarus. Nesse percurso, estive, entre 1982 e 1985, em Pequim, retornando, em seguida, a Brasília, entre 1986 e 1995, servi no Sudeste Asiático – sucessivamente, em Kuala Lumpur, Malásia; Singapura; e Manila, Filipinas.

Entre 1995 e 1998, trabalhei em Brasília, na Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Entre 1998 e 2006, fui Diretor do Escritório de Representação Comercial do Brasil, em Taipé, Taiwan. Em 2006 fui transferido para Mumbai, Índia, onde fui Cônsul-Geral até 2009, quando recebi a missão de ser Embaixador em Baku, Azerbaijão, até 2012.

Tive o prazer de chefiar o Escritório de Representação do MRE no Rio Grande do Sul, entre 2012 e 2014. Entre 2015 e início de 2019, fui Embaixador em Minsk, Belarus.

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